O Projeto de Extensão “Arautos do Mundo” integra a Seção de Atenção Psicossocial (SAPS) do convênio entre a Coordenação de Políticas de Saúde do Trabalhador (CPST) e o Instituto de Psiquiatria da UFRJ (IPUB/UFRJ). Trabalhamos com estratégias de empoderamento, tornando acessíveis recursos humanos, simbólicos, teóricos, tecnológicos e espaços de circulação pela cidade para o seu público alvo. ​Deste modo, são estabelecidas parcerias com outras unidades da Universidade Federal do Rio de Janeiro e com projetos externos à universidade, formando-se uma rede de cooperação entre diferentes equipes que disponibilizam diversos recursos mutuamente. O acesso a estes meios funciona como estratégia de empoderamento e de ampliação de habilidades sociais do nosso público alvo, composto por servidores da UFRJ, usuários dos serviços do Instituto de Psiquiatria da UFRJ (IPUB-UFRJ) e outros integrantes de grupos vulnerabilizados.

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      Antes do “Arautos” ter o formato de um projeto de extensão, produzíamos coletivamente o jornal: “Cuc@s Frescas & online”, com textos, imagens e entrevistas de autoria dos usuários. As entrevistas, antes filmadas e transcritas para compor o jornal, passaram a constituir uma série de produções audiovisuais realizadas coletivamente. Esta migração para a produção de filmes levou o projeto a realizar a primeira parceria com outra unidade da UFRJ, o Laboratório de Estudos em Comunicação Comunitária da Escola de Comunicação da UFRJ (LECC - ECO-UFRJ). O LECC fez os encaminhamentos dos primeiros extensionistas do projeto e também indicou diversos pesquisadores da capoeira e grupos de capoeiristas, como o Prof. Muniz Sodré, o Mestre Camisa e a Associação Abadá de Capoeira. A este trabalho com profissionais e projetos que valorizam a história de resistência da população negra, somaram-se as parcerias com equipes de empoderamento de mulheres negras - a Webneguinha e de empreendedorismo negro - o Kilombu. Uma outra parceria crucial para a constituição deste projeto de extensão foi a Casa da Ciência, através da disponibilidade de transporte e agendamento de visitas guiadas a espaços históricos e culturais importantes.

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      Também a partir do contato com o LECC, foi possível participar da atividade de mentoria e capacitação do Laboratório de Inovação Cidadã (LABIC) e produzir o Programa de Rádio “Arautos em 15”, juntamente com a equipe do Estúdio de Rádio da ECO-UFRJ.  Já a parceria com o Laboratório de Memória, Território e Ocupação do Instituto de Psicologia da UFRJ (LABMENS-IP-UFRJ) possibilitou aproximação dos debates em torno da interculturalidade e de diversos representantes da população indígena. A parceria com o Laboratório de Direitos Humanos e Arte da Faculdade Nacional de Direito da UFRJ (LADIH) foi fundamental para aperfeiçoar o trabalho desenvolvido com educação em direitos humanos. Mais recentemente, com a inclusão do Projeto dos “Arautos” no Polo de Atenção à Saúde Mental dos trabalhadores no Instituto de Psiquiatria da UFRJ, novos servidores da UFRJ se interessam por trabalhar conosco. A presença deles na equipe renovou a dinâmica do trabalho, por exemplo, ao trazer outro bem do patrimônio histórico cultural brasileiro que é a literatura de cordel.

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      Desde março de 2020, a equipe do projeto tem trabalhado de forma não presencial, realizando reuniões de equipe, de supervisão e com parceiros através de plataformas como o WhatsApp, o zoom ou Google Meet. E a prioridade dos "Arautos" tornou-se a produção de conteúdos para o blog e o canal no youtube. Devido ao agravamento da crise sanitária e política brasileira, o prolongamento deste funcionamento 'online' tem exigido a mobilização pela equipe de recursos simbólicos e emocionais diversos para lidar com o desgaste e ansiedade gerados. Por outro lado, isto não impediu a criação de novos produtos, como os vídeo-depoimentos, os vídeo-cordéis, web eventos e um aprofundamento das atividades da oficina de cordel, onde foram produzidos textos de cordel e xilogravuras. 

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      Esta foi a maneira segura e ética de continuar as ações de extensão com usuários, servidores dos Institutos de Psiquiatria e de Psicologia, da Escola de Comunicação, da Casa da Ciência e da Faculdade Nacional de Direito e com parcerias externas, sem deixar de cuidar da saúde e oferecer suporte uns aos outros. O surgimento recorrente em nossas reuniões do tema da sobrecarga de trabalho e da superexposição das mulheres durante a pandemia, nos estimulou ainda a iniciar duas parcerias internacionais com coletivos de mulheres: “ Generando foco - la associacion de mujeres feminista fotografas y videografas” (www.instagram.com/generandofoco?r=nametag e www.facebook.com/generando.foco ) e o Centro Interdisciplinar de Estudos e de Investigação da Universidade de Angola.